- 30 Ago, 2016
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As Casas Flutuantes do Futuro
O problema do alojamento é uma constante na história do homem e com as previsões dramáticas, que preveem uma subida alarmante do nível da água do mar devido às alterações climatéricas, espera-se a chegada de novos desafios.
O aquecimento global acabará por empurrar para o interior as populações de cidades costeiras que se prevê sejam completamente alagadas e submersas um pouco por todo o mundo. Mesmo com a reversão de algumas das mais poluentes e prejudicais formas de produção do mundo atual, esta é uma das alterações que não deverá ter retorno e há quem se prepare já para oferecer novas soluções de habitação que superem as dificuldades.
Nos próximos 100 anos podemos esperar um aumento de nível da água que vai fazer recuar a zona costeira de Portugal e mostrar uma nova linha de fronteira com mar. Aqui pode ver como estará o "recorte" de Portugal Continental contra a invasão do Atlântico em 2100. A pensar nisso as propostas de casas flutuantes começam a aparecer.
Indicadas para zonas de estuário e próximas da costa, estas habitações de design Californiano recebem o nome de Tidal House e podem fixar-se a pontões ou ao fundo do mar, oscilando conforme as marés.
As casas são sustentáveis com painéis de energia solar e capacidade de armazenamento dessa energia e os modelos sugeridos apresentam uma disposição em três pisos que pode ainda ter um terraço para banhos de sol e jardim. Um sistema de filtros no telhado permite recolher e tratar a água da chuva para consumo.
Já deste lado do Atlântico algumas propostas de casas flutuantes surgem como uma solução para a escassez de alojamento na grande Londres. É pelo menos essa a aposta da Baca Architects permitiria assim albergar estas casas anfíbias ao longo dos canais Londrinos. As fundações da casa permitem o alagamento ocasional com a possibilidade d casa flutuar sem sair do seu espaço, voltando a assentar na sua "doca privativa" quando as águas recuam.
Por cá, em pleno Alqueva, uma casa de paredes de vidro flutua já, ancorada ao fundo do lago ou, graças à inovadora motorização, viajando a cinco quilómetros por hora entre a tranquila paisagem do Alentejo. Uma sugestão que mais que do futuro, nos chega com uma promessa de destino de férias e lazer, mas também oferece os benefícios ecológicos da tecnologia de ponta. A FloatWing também é autossustentável e serve como um ‘test-float’ ao Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção, que se une à Amorim Isolamentos e ao projeto multidisciplinar que é u spin-off da Universidade de Coimbra, a Friday. Com painéis solares térmicos e fotovoltaicos, a casa é capaz de gerar toda a energia que consome e leva a bordo tudo o que é preciso para assegurar o funcionamento dos seus próprios sistemas de abastecimento de água potável e de tratamento de águas residuais. Para os interessados em preparar já a chegada do futuro a casa protótipo poderá ser comprada ou servir de modelo para novas construções.