- 23 Jan, 2017
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O Regresso da escrita à mão
A 23 de Janeiro celebra-se o Dia da Escrita à mão, uma data que para muitos é sinónimo de uma prática em desuso, mas que para tantos outros é um momento para lembrar a arte de desenhar as palavras. Escrever à mão é um gesto que se perde com a tecnologia que nos oferece teclados em smartphones, portáteis ou tablets e reduz o ato de escrever ao simples escolher de cada letra, sem haver nenhuma informação que nos diga seja o que for sobre quem escreve. Perdemos os traços, a inclinação, a intensidade e toda a personalidade da grafia. Em troca temos facilidade de leitura cópia e reprodução. Se este é um "contrato" que simplifica e unifica a forma de trabalhar a informação, também é um acordo que vale a pena por de lado, nem que seja uma vez por ano. Faça o teste à sua caligrafia para algo que seja mais do que um simples recado de uma linha. Há quanto tempo não pega na caneta para escrever a alguém?
Com o declínio da escrita à mão são várias as tendências que perdem mercado, seja o fim dos saudosos "pen-pal", os amigos à distância que a escola nos incentivava a ter, até ao desaparecer de curiosidades e informações "interessantes", como a grafologia. A pseudociência que admitia ser possível estudar a personalidade de alguém com base na sua forma de escrita também foi um passatempo que deixou de ter mercado. Mas quem não se lembra de como havia sempre alguém disposto a tentar perceber através da forma de escrever, as caraterísticas, gostos e maneira de ser de outras pessoas?
Era a letra inclinada para a direita que sugeria alguém divertido e expansivo e, pelo contrário, a letra inclinada para a esquerda a indicar uma personalidade reservada, entre outras pérolas de sabedoria. Bem vistas as coisas, talvez o desaparecer desta análise tenha sido uma vantagem, mas outras coisas há que se perderam com o fim da escrita à mão e que deixam mais saudades, como a criatividade.
Agora que os postais e as cartas chegam por email e não pelo correio, e que nenhum elemento gráfico nasce sem um computador que lhe dê forma, surgem verdadeiros artistas que se celebram pela capacidade de escrever à mão. Criativos que dão ao mundo novas fontes e estilos e nos oferecem momentos de verdadeira satisfação ao poder observar cada traço que nasce sobe o papel.
Mas as máquinas também podem "aprender" a seguir o traço da palavra desenhada e, neste caso, quase que enfeitiça poder ver o trabalho deste robot que serve exatamente para reproduzir o efeito de escrever à mão.
O AxiDraw segura a caneta e, traço por traço, aproxima a perfeição da máquina com o gesto humano.